Chá Verde (Camellia sinensis)
Camellia sinensis pertence à família Theaceae, com origem na Índia, onde já é consumida há alguns séculos.
É uma planta detentora de numerosas propriedades terapêuticas, sendo vulgarmente conhecida como Chá verde. [1]
A parte com maior interesse medicinal é a folha. O seu extrato possui quantidades elevadas de metilxantinas (cafeína, teofilina e teobromina) e de polifenóis (flavonóides e catequinas), fundamentando a ampla utilização clínica desta planta. Possui, ainda, na sua composição vitaminas e sais minerais. [2, 3]
De entre os compostos polifenólicos característicos de Camellia sinensis são de destacar as catequinas, que incluem a epigalocatequina-3-galato (EGCG), epigalocatequina (EGC), epicatequina-3-galato (ECG) e epicatequina (EC). Porém, é a EGCG que existe em maior abundância (cerca de 50%) e que é responsável pelas propriedades medicinais mais importantes. [1, 2, 3]
Diversos estudos clínicos têm revelado que o consumo de Camellia sinensis traz muitos benefícios no combate à obesidade e algumas patologias crónicas adjacentes, tais como diabetes, doenças cardiovasculares e metabólicas e alguns tipos de cancro. [1, 2, 3]
Uma das principais ações terapêuticas desta planta é a prevenção e o tratamento da obesidade e do excesso de peso, pois provoca um aumento do dispêndio de energia do organismo, o que leva a uma redução do peso corporal e, especialmente a uma perda de massa gorda. Ocorre uma elevação da termogénese, a diminuição da lipogénese (síntese de gorduras, a armazenar no tecido adiposo) e o aumento da lipólise (degradação das gorduras). [1, 2]
Os polifenóis de Camellia sinensis reduzem a viabilidade dos adipócitos (células que armazenam gordura), inibem a formação e a diferenciação de novos adipócitos e impedem a acumulação de gorduras (nomeadamente triglicéridos). [2, 3]
Baixam, também, os níveis de colesterol. [1, 3]
Outro efeito desta planta de grande importância clínica é a sua enorme capacidade antioxidante. Isto torna-a extremamente eficaz na prevenção do stress oxidativo, isto é, confere proteção contra as lesões feitas pelos radicais livres (moléculas reativas que causam danos nas células e que, frequentemente, estão na origem de muitas doenças). [1, 2]
Camellia sinensis é, assim, bastante benéfica na prevenção do cancro (em particular, no cólon, mama, pulmão, rim e pâncreas) e de doenças cardiovasculares. [1, 3]
Exerce uma ação anti-inflamatória (vantajoso nos casos de artrite). [1, 2]
Contribui para aumentar a longevidade, pelo seu efeito anti envelhecimento.
Vários estudos sugerem que a ação antioxidante desta planta pode, ainda, ser útil em patologias degenerativas, como a doença de Parkinson (efeito neuroprotetor) e na aterosclerose, uma vez que estão associadas a danos provocados por radicais livres. [1, 3, 4]
Camellia sinensis é igualmente benéfica para os diabéticos, visto reduzir os níveis de glucose no sangue e evitar a resistência à insulina. [1, 3]
A atividade antioxidante desta planta pode ser essencial para prevenir ou retardar o desenvolvimento de complicações típicas da diabetes. [4]
O controlo da pressão arterial e dos níveis plasmáticos de glucose e de lípidos (gorduras) é muito importante para a saúde, sobretudo nos diabéticos (para preservar a função renal). Mais recentemente, estudos demonstraram que o uso de Camellia sinensis pode ser eficaz na prevenção de uma das complicações da Diabetes mellitus, a nefropatia diabética. Alguns estudos referem a possibilidade de eficácia na redução de proteinúria (normalmente presente nos diabéticos). [4]
Esta planta detém, também, propriedades antivirais e antibacterianas (contra Helicobacter pylori) e contribui para o fortalecimento do sistema imunitário. [1]
Referências:
[1] Chacko et al. Beneficial effects of green tea: A literature review. Chinese Medicine. 2010.